segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O VENDEDOR E A INTERNET

Um dos grandes segredos das profissões até o advento da internet, era que elas se beneficiavam da ignorância do cliente. Se você ia a um médico e ele te dizia? "Meu caro, você está sofrendo de uma Degeneração Espinocerebelar". Pronto. Lá íamos nós, credulamente, nos submeter a todo e qualquer tipo de tratamento e/ou indicação oferecida por este profissional.
Hoje, se digitarmos estes termos no Google vamos obter 5.890 indicações (eu fiz isso) sobre esta doença. Ou seja, não existem mais segredos. E, o curioso, porque na realidade é isto que o paciente se torna, acaba virando um '"expert" no assunto e pode discutir "em pé de igualdade" com o profissional da medicina. É claro que as "aspas" foram colocadas propositadamente para poder ressaltar que ninguém vai se tornar um especialista em qualquer coisa apenas por consultar o Wikipédia, por exemplo, e que, ao fazer isto, pode incorrer em sério risco de complicar ainda mais uma situação.
Mas, a realidade é que a ignonrâcia, e não o conhecimento, está sendo banida de todo o setor do conhecimento humano. E isto, claro, afeta o desempenho profissional de todos. Inclusive o do médico que, a partir de então, deverá não mais ser apenas um diagnostigador do problema do paciente, mas discutir com ele e orientá-lo para que ambos possam trabalhar juntos para a resolução do problema.
Bem, se até na medicina, um santuário sagrado do conhecimento humano aberto a poucos iluminados, a coisa está pegando, imagine em outras áreas, como por exemplo, VENDAS.
Uma vez, quando estava ministrando um treinamento em um departamento de vendas de uma determinada empresa, perguntei quantos concorrentes fortes a empresa possuía. A resposta foi 3. Em seguida perguntei qual a distância que o concorrente mais forte estava daquela empresa. A resposta foi. Uns 150 km. E eu retruquei. E se eu disser que está apenas a um click de distância??? Sim, as distâncias físicas estão praticamente se acabando e de reduzindo a um espaço no mouse pad.
Por isso a profissão de vendedor está, ao meu ver, correndo mais risco do que outras, pois o poder passou das mãos do conhecimento do vendedor para a falta de ignorância do cliente. E veja, não estou com isso advogando a tese de que o cliente agora sabe tudo, muito pelo contrário. Em uma música do grupo de rock brasileiro Capital Inicial, há uma frase que diz "A inteligência ficou cega de tanta informação".
A prospecção de novos clientes está ficando complicada, pois, ao ligarmos para as empresas, o "prospect" vai logo nos informando. "Faz assim, ó. Me manda uma apresentação por e-mail e, quando eu precisar eu chamo." Qual a diferença do antigo argumento que os compradores utilizavam quando a venda porta a porta acontecia e o vendedor batia à porta de uma determinada empresa e o comprador dizia. "Manda ele deixar um catálogo na recepção e a gente vai ver depois." 
O problema, como sempre foi, é de conteúdo. Como o vendedor moderno vai conseguir sobreviver em um mundo onde as pessoas mais e mais dependem da Internet???
A resposta está onde sempre esteve. RELACIONAMENTO. Indicações, sites de relacionamento e outras ferramentas devem ser cada vez mais exploradas pelo vendedor. O moderno homem de vendas não deve mais ficar à espera de que a empresa esteja no Face Book ou outro site congênere. Ele deve começar a se coçar e montar seus grupos de relacionamento nestas chamadas mídias sociais. Blogs também são a saída. O importante é estar presente, mesmo que virtualmente, na cabeça do cliente, orientando, mostrando, discutindo, debatendo, enfim, se tornando um pólo de atração de conhecimento de forma que você deixe de manter seu foco no cliente para ficar no foco do cliente. Ainda que possa parecer uma simples questão semântica, esta posição pode significar a diferença entre o sucesso e o fracasso, pois neste mundo de relacionamento cada vez mais voláteis e virtuais, e consequentemente mais supérfulos e banais, quem tem conteúdo vai sempre se destacar.
E, consequentemente, retardar seu processo de obsolescência profissional. E não adianta ficar twitando bobagens, porque não é o caminho.
A  propósito. Degeneração Espinocerebelar  é uma doença progressiva e rara. Estima-se que de cada 100.000 pessoas, 4 ou 5 são afectadas por essa doença. A doença possui vários diferentes quadros clínicos, o que torna particularmente difícil o diagnóstico e o tratamento da doença,que pode ser Adquirida ou Hereditária. Quadros clínicos adquiridos da doença podem decorrer por envenenamento de metais pesados, álcool,drogas e doenças do sistema neuroimunológico ou metabólico. Já quadros hereditários da doença podem acometer diversos membros de uma mesma família, não obstante a raridade da doença. Degenerações Espinocerebelares hereditárias podem ser transmitidas de forma autossômica dominante ou recessiva. A transmissão dominante requer que apenas um dos pais seja afetado para perpetuar a doença na geração conseguinte. Já nas recessivas,ambos os pais devem podsuir ao menos um gene afetado para que o filho a apresente. Além dessa diferença, os vários quadros hereditários autossômicos recessivos da doença comumente apresentam acometimento multissistêmico,ou seja,podem interferir no funcionamento de diversas funcionalidades do corpo.   
Se você conseguiu entender perfeitamente o que é, sem a ajuda de um médico, parabéns !!!

2 comentários:

Inteligência de Marketing disse...

Sidão, du cacete os seus comentários. Achei muito bom e oportuno, parabéns !


Orlando Rosa - Profissional de Vendas

Inteligência de Marketing disse...

Sidney

Vivi essa situação ainda ontem como cliente.

Fui até a nova mega loja da Livraria Saraiva no Shopping Center Norte para comprar dois livros. Antes, porém fiz uma pesquisa de preços na net para ter algum parâmetro, a Saraiva não era a mais em conta, contudo a diferença entre ela e outras livrarias on-line não passava de 10%, então pensei: Bom, pela EXPERIÊNCIA de conhecer a loja física da Saraiva que, pela minha PERCEPÇÃO de outras lojas, tinha plena certeza que faria um passeio agradável, mesmo que para isso fosse gastar alguns litros de combustível.

Quando cheguei a loja realmente encontrei um AMBIENTE bastante agradável, sabe-se lá quantos milhares de reais em INVESTIMENTO foram gastos na construção daquela loja, quiçá milhões!

A minha maior surpresa foi quando notei que os preços dos livros que eu queria eram 51% maiores do que aqueles que eram cobrados na mesma loja versão on-line. Ok, pode ser até uma ESTRATÉGIA de venda ter preços diferenciados entre loja física e virtual, pois na loja física o tal do VALOR PERCEBIDO pelo cliente pode fazer a diferença, mas 51% acima foi demais para mim. Então chamei uma atendente na esperança de que com um RELACIONAMENTO COMERCIAL “olho-no-olho” essa fosse capaz de conceder-me um desconto que fizesse com que o preço chegasse, pelo menos, próximo do da loja virtual. Foi quando ouvi: “Senhor, o preço é esse mesmo, não posso fazer nada.” Enfim, virei as costas e fui para casa comprar pela internet pelo menor preço.

Ou seja, um funcionário mal humorado, ou mal educado, ou mal treinado, ou mal contratado conseguiu:

1. Apagar uma boa EXPERIÊNCIA

2. Frustrar uma PERCEPÇÃO

3. Arruinar com um bom AMBIENTE

4. Desvalorizar um INVESTIMENTO

5. Reduzir o VALOR PERCEBIDO

6. Destruir um RELACIONAMENTO COMERCIAL

É...Quanto poder destrutivo possui um colaborador despreparado, não!!!!

Mauro Ricco - Gerente Comercial da VIBROPAC