terça-feira, 15 de novembro de 2011

O POLO GERADOR


Depois de muito tempo sem ver TV aberta, estive, neste final de semana, na casa de minha mãe, em Minas Gerais, e, por falta de opção, acabei por assistir com ela um pouco de televisão no sábado à noite.
Fiquei chocado. Quanta bobagem foi colocada no ar para "entreter" o telespectador. Em uma determinada novela, havia um jogo de volei entre um time de "Machões" e um time de "Bibas". Gente que coisa mais sem contexto, mais sem propósito. Aliás, nossa televisão está se tornando um polo gerador de três coisas muito perigosas, na minha opinão.

1) Um foco humor sem graça. Programas ditos humorísticos que banalizam pessoas, fatos e acontecimentos. Por exemplo, programas como o CQC ou PÂNICO, ao meu ver, banalizam, com um humor escrachado, as coisas sérias deste país e o povo vai achando engraçado enquanto os políticos, alvo principal da chacota, continuam aprontando as deles sem dar a mínima pelota para as "críticas". Assim, o povo se sente "vingado" e a válvula de alívio do sistema é puxada. E la nave vá.

2) Um foco de mediocridade. As novelas, os noticiários, os programas de auditório, enfim, a TV como um todo, na ânsia de ganhar audiência, dão ao povo o que ele quer. Mediocridade. E dá-lhe funk, sertanojo, axés e todo o tipo de "diversão" que o povo gosta. Aí criamos um circulo vicioso que retroalimenta a mediocridade e a falta de educação e cultura. Entendo que a TV não foi feita para educar os telespectadores e sim entretê-los. Mas a coisa está fugindo do controle.

3) Um foco de "mind control". Ao zapear os canais disponíveis na recepção da parabólica na casa de mamãe não pude deixar de notar a infinidade de programas ditos "religiosos" que são apresentados diariamente. Com "depoimentos" apelativos, tentar a todo custo provar que o Deus deles é melhor do que o Deus do resto das pessoas e querem que você se converta à sua crença e ajude a engordar seus cofres. Isto leva a um precedente muito perigoso.
Não bastasse isto, temos uma verdadeira "apologia gay" grassando por todas as emissoras (exceto às religiosas). Não tenho nada contra os gays e acho que cada um faz, entre quatro paredes, o que quiser de sua vida amorosa. Daí a esfregar na cara do mundo tal situação é um pouco demais. Além de tudo se faz de uma maneira grosseira, vulgar e preconceituosa, pois conheços vários gays que não são afetados como os "personagens" apresentados na telinha.

E o povo se diverte. E repete, nas ruas, os "bordões" destes personagens como mantras. E claro, como todo e qualquer mantra, ele pega. E cola nos indivíduos aumentando seu nível de mediocridade. Evidentemente alguém que estiver lendo isto poderá se rebelar e dizer. "É simples. Não quer ver não assista. Mude de canal ou compre TV a cabo." Concordo plenamente, tanto é que há muito não assisto. Mas a minha preocupação não é comigo. Eu já tenho a cabeça feita. Minha preocupação é com as gerações futuras. Se não começarmos a censurar e controlar aquilo que nossos filhos veem temo que a deseducação, a desrespeito e a falta de comprometimento com idéias e ideologias vão ficar cada vez mais frequentes.

E é aí que mora o perigo.