terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ONDE FOMOS PARAR???

Costumo dizer que tive a Felicidade de passar minha adolescência no final da década de 60 e no ínicio da década de 70. Talvez a maioria ão saiba, mas esta época foi uma das mais profícuas na "revolução cultural" que varreu o mundo todo em todos os campos.
Nas artes, por exemplo, a música apresentava ao mundo um grupo de rapazes de Liverpool que, a princípio seriam mais um modismo do "ié-ié-ié", mas com o lançamento dos álbuns Revolver e Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, mudaria os rumos do rock mundial abrindo caminho para novas experiências sonoras que iriam de Pink Floyd até Emerson, Lake & Palmer, passando por uma centena de bandas de alto nível músical e que produziram até maravilhosas óperas rock como Tommy (The Who) e chegando até The Wall (Pink Floyd), isto sem contar nos verdadeiros albúns sinfônicos como Tales from Topographics Ocean (Yes) ou Quadriphoenia (The Who).
No cinema e no teatro, filmes ou peças como Jesus Cristo Superstar, Godspell, a Primeira Noite de um Homem, Roma, entre outros, de renomados diretores como Brian de Palma, Federico Fellini, Ingmar Bergman, Pier Paolo Pasolini, ente tantos outros que privilegiavam a história e não os efeitos visuais (nada contra Stars Wars), mas como disse o publicitário Agnelo Pacheco, nenhum efeito visual salva um enredo ruim.
Enquanto isso a Pop Art, encabeçada por Andy Warhol, revolucionava as artes plasticas de forma geral.
Tudo tendo como tema de fundo um modo de vida comunitário, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza, negavam o nacionalismo e a Guera do Vietnã, bem como todas as guerras, abraçavam aspectos de religiões como o Budismo, Hinduísmo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas e totalitárias. Eles enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma "instituição" única, e que não tinha legitimidade.
Enquanto isso, no Brasil, o Tropicalismo foi um movimento cultural brasileiro que surgiu sob a influência das correntes de vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira (como o pop-rock e o concretismo); misturou manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais. Tinha objetivos comportamentais, que encontraram eco em boa parte da sociedade, sob o regime militar, no final da década de 1960.
O movimento manifestou-se principalmente na música (cujos maiores representantes foram Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé); manifestações artísticas diversas, como as artes plásticas (destaque para a figura de Hélio Oiticica), o cinema (o movimento sofreu influências e influenciou o Cinema novo de Gláuber Rocha) e o teatro brasileiro (sobretudo nas peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa).
Não se trata de saudosismo, mas ao ver os Bondes do Car...., os "Ai se eu te pego", os "Restart" e outras manifestações da cultura contemporânea, me dá uma saudade!!!!!

6 comentários:

INTELIGÊNCIA DE MARKETING disse...

Olá , ainda bem que ainda existe pessoas que sentem saudades dos bons tempos , revolução , cultural. Eu tenho esta saudade. Parabéns pelo texto.

Sonia Costa.

INTELIGÊNCIA DE MARKETING disse...

No que depender de mim, o Lorenzo vai curtir muito rock, frequentar museus e aprender um pouco de cada uma das artes (escultura, pintura, teatro, música, retórica, etc)...quem sabe plantando agora a gente não consegue recuperar o tempo perdido.

O estrago já está feito com a minha geração.

Abraços e um ótimo 2012.

Kuciano Peccerini

INTELIGÊNCIA DE MARKETING disse...

Caro Sidney,

Já escutei algo parecido do meu bisavô, avô e provavelmente, eu mesmo em um breve futuro, farei o mesmo comentário....rsrrs

Abs,

Feliz 2012!!!

Rene Picolo

Malcamsba disse...

Também tive essa sorte. Curti muita música boa. Lamento a sorte de meu neto.

Carlão disse...

Na minha adolescência, ouvíamos muito: Led Zeppelin, Deep Purple, Beatles, Supertramp, Yes, Jimi Hendrix, Van Halen, ou seja, grupos que tinham um mínimo de vontade de fazer música, o que parece ser o contrário dos "sucessos" atuais. Não digo que tudo que role hoje seja ruim. Coldplay e Amy Winehouse, entre outros, tem alguma qualidade. O problema é que na maioria dos "sucessos", a qualidade musical está em último plano.

Carlos

Orlando disse...

Toda revolução gera impactos marcantes, mas a que ocorreu na década de 60 marcou história ! A meu ver os valores que brotaram a partir da nova ideologia fez surgir novos "gênios" em todas as áreas de atuação. Mais precisamente nas artes da música, eletrônica, informática, comunicação, e por aí vai. Difícil é transmitir essa experiência, vivida por nós, aos mais novos que já "acordaram" com tudo isso pronto. Considero-me um privilegiado !
Abraço e parabéns pela matéria.
Orlando Rosa