Em Janeiro, tentei adiantar,  no meu primeiro 
E-JOURNAL do ano, como seria o ano de 2015 e as dificuldades que se avistavam no 
horizonte da economia. Mas, ao contrário da maioria dos analistas (se é que 
posso me considerar como tal), que causam alarme, apontei para um caminho 
possível de minimizar os efeitos de uma possível redução da atividade 
econômica.
Mas parece que as pessoas ainda não se deram 
conta do problema. Senão vejamos:
Caso 1) Recentemente tive que buscar 
informações sobre duas feiras nas quais um cliente gostaria de participar, 
exatamente na tentativa de buscar novos clientes e se fortalecer para o ano. Uma 
das feiras é promovida por uma empresa do interior de São Paulo, na cidade onde 
se realiza o evento. Tentei contato algumas vezes pelo telefone e fui informado 
pela atendente que a única pessoa apta a dar informações (preço, público, etc) 
sobre a feira era o proprietário da empresa, mas que era difícil encontrá-lo. 
Além de tudo, ele não autorizava a disponibilizar o número do telefone móvel 
dele para um possível contato. Fui aconselhado a enviar um email solicitando as 
informações, coisa que fiz. Mas não obtive nenhuma resposta. Tentei novamente o 
contato telefônico algumas vezes até que tive a felicidade de falar com a tal 
pessoa que se prontificou a enviar o que havia solicitado por email. Já faz mais 
de quinze dias e nada. E o que é pior. Ele não fez um follow-up para ver se eu 
havia recebido, se havia entendido e se havia decidido.
Caso 2) Anda dentro do assunto feiras para o 
meu cliente, a outra feira é promovida pela maior empresa de organização de 
feiras do país. Liguei para o tronco chave da empresa, onde uma "simpática" URA 
me "acolhe", diz que a minha ligação é muito importante e me dá um "menú de 
opções" de atendimento kilométrico, antes de me dizer para aguardar para ser 
atendido. Como eu não sabia a quem recorrer aguardo. Músiquinha de fundo por 
alguns intermináveis segundos e a ligação cai. Refiz a operação e quando o fato 
não se repetia, a telefone tocava, tocava e tocava e a Dona URA não atendia. 
Finalmente consegui. E a prestativa atendente me transfere para o ramal. 
SURPRESA!!! Sou atendido por uma acolhedora secretária eletrônica que informa 
que a dona do ramal está ausente e que posso deixar uma mensagem. Solicito o 
retorno da ligação, explicando o motivo claro. O que acontece? NADA. A pessoa 
não retorna. Espero alguns dias e repito a operação. E o resultado é o 
mesmo.
Porque coloco estes dois casos? Porque uma 
crise está anunciada em alto e bom tom pelos analistas e pela imprensa. Mas o 
que talvez não entendamos é que a crise é de COMPETITIVIDADE. E não venha 
colocar a culpa só no governo (não que ele não tenha), mas vamos olhar para o 
nosso próprio umbigo. As tecnologias para "atender" o cliente evoluíram, isto é 
fato e é bom. Mas a maneira de retornar o contato continua a mesma. 
INEFICAZ!
Em ambos os casos, existia um cliente com 
vontade de comprar, mas que não pode, porque as PESSOAS não o atendem. Temos 
ferramentas de atendimento, de CRM, de divulgação via redes sociais, mas não 
temos gente COMPETENTE e TREINADA para serem competitivas. Para serem caçadoras. 
De repente, parece que o bisturi se tornou mais importante que o 
médico.
Um dia desses, visitando uma empresa na 
última semana do mês, deparei com quase todo o departamento comercial da empresa 
com a cabeça abaixada em seus computadores, fazendo não sei o que. E não havia 
ninguém pendurado no telefone tentando fechar negócios. Perguntei ao Diretor, 
que me conduzia na visita, se as vendas estavam dentro do planejado e ele me 
informou que ainda estavam 30% abaixo da meta prevista. ISTO COM 3 OU 4 DIA PARA 
FECHAR O MÊS. 
Aproveitando o fato de que, no Brasil, o ano 
começa depois do Carnaval, vamos ver se, nas cinzas, renasçamos com uma nova 
postura. Muito mais competitiva, muito mais de marcação homem a homem, ao invés 
de email a email. Porque, na minha opinião, quem ainda toma a decisão de compra 
é uma pessoa.
FELIZ 2015!!!!!!
P.S. - Se você se identificou com esta mensagem, talvez seja a hora 
de batermos um papinho.
